tem um poema meio micro do Carpinejar que diz assim:
Há partes dentro da gente
que nunca serão educadas.
A morte é uma delas.
Não sou o que aprendi.
Sou o que falta aprender.
19.1.11
20.12.10
16.12.10
Correio Elegante
hesito tanto em dizê
fico de lá para cá
quem será que é você?
que será que será?
e de cá para lá
acho que num vô
ou vô
sei lá
vô ou num vô?
sabe, tô só
e poesia di amô
num é de brincá
num se diz por dizê
só por cantá
então tá
me deixa dizê
assim
sabe...
eu gosto docê
mas gosto
com vontade
di amá
fico de lá para cá
quem será que é você?
que será que será?
e de cá para lá
acho que num vô
ou vô
sei lá
vô ou num vô?
sabe, tô só
e poesia di amô
num é de brincá
num se diz por dizê
só por cantá
então tá
me deixa dizê
assim
sabe...
eu gosto docê
mas gosto
com vontade
di amá
6.11.10
Sonho 05/11 para 06/11 de 2010
Eu tento falar, mas na minha boca, um dente, no maxilar inferior, central, que aponta para o meu nariz, cresceu, está grande e torto, ele interrompe, atrapalha a minha lingua. Tento falar, mas a minha voz sai sibilante, os sons transversais, o ar escapa. A pessoa a minha frente, se fixa em minha boca, tenta entender o que quero dizer. Eu me esforço mais, minha língua passeia pelo dente monstruoso, toma consciencia dele, tenta contorná-lo, elevo a minha voz, meus grunidos se tornam mais grotescos, mais incompreensíveis.
Então eu forço o maxilar superior sobre o dente, pressiono-o, e num movimento único, arranco-o, ele rasga minha gengiva, num esguicho de sangue.
Termino o que tinha a dizer.
Então eu forço o maxilar superior sobre o dente, pressiono-o, e num movimento único, arranco-o, ele rasga minha gengiva, num esguicho de sangue.
Termino o que tinha a dizer.
3.11.10
Xenofobia do paulista se superando
É... perdoem-me.
Terei que estragar a boniteza que está este blog, com um link dos mais lastimáveis que já vi nos últimos tempos! Sinceramente às vezes esqueço como as pessoas podem se superar...
http://www.youtube.com/watch?v=tCORsD-hx0w&feature=player_embedded#%21
Terei que estragar a boniteza que está este blog, com um link dos mais lastimáveis que já vi nos últimos tempos! Sinceramente às vezes esqueço como as pessoas podem se superar...
http://www.youtube.com/watch?v=tCORsD-hx0w&feature=player_embedded#%21
30.10.10
27.10.10
Balanço de um ex-adolescente
Eu gosto de respostas. Gosto mesmo. Preciso delas para a coerência do enredo. Qualquer enredo, o meu principalmente. O enredo, ou discurso, é a estrutura dentro da qual precisamos encaixar as nossas experiências, escolhas, acasos, os momentos bons, os ruins. Tudo que marca, que sobrevive na memória, a gente preserva numa moldura narrativa: começou assim, depois continuou assado, e então foi por esse caminho até chegar aqui. E só então, e só depois, podemos sonhar, fazer projetos, planejar: o futuro.
O que dá liga aos enredos é o Sentido: com sua consistência de poeira, encobrindo todos os cantos da memória, cada unidade aleatória que a compõe, e atribuindo a elas um traço em comum, esse traço que as transformam em partes. Essas partes que juntas dão o todo. Esse todo que chamamos de Vida.
A poeira não nasce dos objetos que ela encobre, o Sentido também não. Não é uma enorme coincidência que tudo fique enpoierado, isso não revela a harmonia cósmica da existência. A poeira apenas indica uma coisa: a ausência de movimento. É por isso que acredito que Sentido tem consistência de poeira.
Quando nos movemos demais, a poeira levanta, o Sentido se vai. Foi assim, é assim.
Entao, eu paro, e espero. E olho.
É claro que nem sempre entendi o Sentido dessa maneira.
No início eu procurei o Sentido entre aquilo que me ofereciam. Experimentei alguns, mas não serviram.
Depois, acreditei que o Sentido fosse um segredo, a riddle, wrapped in a mystery, inside an enigma. Que era preciso descobrí-lo. Eventualmente, desisti.
Por fim, compreendi que se ele não existia, o Sentido deveria ser criado. Tiraria um da minha própria cartola.
O que dá liga aos enredos é o Sentido: com sua consistência de poeira, encobrindo todos os cantos da memória, cada unidade aleatória que a compõe, e atribuindo a elas um traço em comum, esse traço que as transformam em partes. Essas partes que juntas dão o todo. Esse todo que chamamos de Vida.
A poeira não nasce dos objetos que ela encobre, o Sentido também não. Não é uma enorme coincidência que tudo fique enpoierado, isso não revela a harmonia cósmica da existência. A poeira apenas indica uma coisa: a ausência de movimento. É por isso que acredito que Sentido tem consistência de poeira.
Quando nos movemos demais, a poeira levanta, o Sentido se vai. Foi assim, é assim.
Entao, eu paro, e espero. E olho.
É claro que nem sempre entendi o Sentido dessa maneira.
No início eu procurei o Sentido entre aquilo que me ofereciam. Experimentei alguns, mas não serviram.
Depois, acreditei que o Sentido fosse um segredo, a riddle, wrapped in a mystery, inside an enigma. Que era preciso descobrí-lo. Eventualmente, desisti.
Por fim, compreendi que se ele não existia, o Sentido deveria ser criado. Tiraria um da minha própria cartola.
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